Uma experiencia de vida

:)) yellow

Hoje recebi um mail c o titulo: “Que grande lição”.

Abri, e por mais banal q vos possa parecer, identifikei me c o q ía lendo. O mail falava sobre o valor do tempo, tempo q passa despercebido e q quando olhamos para trás já n conseguimos agarrar. Faz referencia a perguntas sobre o valor do tempo, por exemplo, para saberem o valor de um segundo perguntarem a uma vitima de um acidente, outro exemplo, para se saber o valor de 9 meses pede q se pergunte a uma gestante, o valor de um mês a uma mãe de um filho permaturo, etc...

Bom, mas o que é q isto interessa?? Ah e tal e mai n sei k, num intressa pa nada, mas pa mim Intressa (cantu mais num seja só pa bus contrariar lololll) : )) pois já há bastante tempo q tenho algo q gostava de partilhar c vocês. Acho q chegou a altura de o fazer : ) Alguns de vós já “sabeindes”, mui poukos, por isso num é assim ma nubidade tum grande como isso ; ))

Gostava de dizer uma coisa, eu vou dividir c vocês uma grande experiencia de vida q vivi, n pretendo ser lamexas nem nada do género. Só gostaria de vos pedir q a entendessem como isso mesmo, UMA EXPERIENCIA DE VIDA PARTILHADA, boa?? Essas cenas de peninhas e coitadinhas e blá blá, são cenas c as quais eu nunca lidei mui bem.

Estavamos em 1986, eu tinha 15 anos, era o primeiro dia de férias do meu pai, dia 1 de agosto. Jantamos e no final resolvemos ir “festejar” o seu 1º dia de férias. E fomos, mas n atingimos o nosso objectivo. Os meus pais sairam no carro deles e eu e a minha irmã no carro de um “colega”. Em S. Lazaro (jardim aki no porto), nós passamos um sinal amarelo, os meus pais q vinham atras apanharam o vermelho, e foi nesse intervalo q tudo aconteceu, no cruzamento seguinte apanhamos c uma ford transit em cima, q bateu só do meu lado, do lado do morto, por 3 vezes projetando nos depois para dentro de uma loja de comes e bebes q havia ali na esquina. Fomos directos à dispensa onde só haviam garrafas de gaz. O estrondo foi tanto q logo se juntou ali uma imensidão de gente, inibindo a passagem de qq automóvel. Aliás o 1º carro a xegar foi o dos meus pais. O meu pai disse à minha mãe:

- Pera q aki já houve m3rda. Vou ver se posso fazer algo!!

(esta parte para mim é a mais dificil...)

Ele sai, a minha mãe abre a porta pa espreitar, e vem a minha mana a correr aos gritos, xeia de sangue...Enloukeceram...a minha Tita fikou c a minha mãe, ela foi a unica q viu tudo o q aconteceu, imaginam o trauma de uma nininha de 5 anos?? Felizmente n sofreu ferimentos, a n ser ter ficado c um bruto hematoma na cara. Depois de se certifikar q a nininha estava bem, q n estava ferida, correu para o nosso carro, dizia o meu pai q n se lembrava em qm bateu, qm empurrou, pq n o deixavam passar, a cena agravou assim q ele viu q eu estava dentro do carro, pois n o deixavam se aproximar por causa das botijas do gaz, risco de explosão. Mas ele n desistiu. O inem já havia sido xamado, mas ainda n estava lá, então ele entrou e foi direito a mim, arrancou me o ferro q se havia espetado na minha cabeça e pousou me em cima do tejadilho, [se o meu pai soubesse q me podia ter morto nakele momento tenho a certeza q se esfarrapava todo mas n me tinha tocado], deu a volta ao carro e c dois estalos fez o “colega” acordar da pancada. Quando ía para pegar em mim eu já n estava no tejadilho, o inem já me tinha recolhido. Dizia ele q foi sempre atrás da ambulancia e q por mais q tentasse n se recordava de um unico momento do trajecto q fez. Lembrava se de estacionar imediatamente antes à ambulância, mas foi só o tempo de sair do carro e correr para ajudar em algo e eu já lá estava dentro do hospital. Entrei na urgencia, eram umas 22.30 , às 4 da manhã um(a) médico(a) veio dar noticias, eu tive uma paragem cardiaca, estava em coma profundo, já nada mais podiam fazer a n ser aguardar. O q me mais me dói, o q mais me magoa nisto tudo, é a minha capacidade para imaginar o q, principalmente os meus pais, sofreram, imaginem q em uma semana, cada um dos meus pais, emagreceu 10 kilos.

Entre 7 ocupantes, 3 no nosso carro e 4 da ford trasit, eu fui a q apanhei por todos, a unica a ser hospitalizada em estado mui grave.

O meu acidente, é assim q me refiro a ele, foi de tal forma q até saíu na 1ª página de um jornal na altura, c o seguinte titulo: “ ESPECTACULAR EMBATE ENTRE DUAS VIATURAS...”, realmente foi espectacular, pracasu...pffffffffff...

Em coma profundo e ligada a mákinas para me manterem viva, me mantive durante um mês, n sentia nada, n via, n falava, mas ouvia e sentia xeiros, e o mais inacreditável é q eu escrevia. Escrevia mui mal mas dava pa perceber (eu sei éne cenas do q comigo se passou, de umas consigo ter recordação, outras são me mostradas, ou foram, como sei q escrevia?? fáciu, a minha mãe guarda religiosamente uma agenda onde eu escrevia quando estava em coma), e n sei como conseguiram entender os gestos q fazia c os dedos, o sinal de sim e o sinal do não. Foi nessa altura q a policia foi ao hospital, me interrogar, eu consegui responder desta forma ás questões q eles faziam, maliporkamente como podeindes imaginar, eles devem ter ficado taum baralhados q nunca mais voltaram, devem ter ficado xeios de mim. A presença deles no hospital deveu se à apresentação de uma queixa crime. É engraçado, pq eu em coma, segundo rezam as cartilhas, lembrava me do q havia acontecido e só tinha uma preocupação, a minha irmã,. Todos diziam q a menina estava bem, mas eu n acreditava e percebiam isso quando eu levava a mão direita ao pescoço fazendo o gesto do “É GARGANTA”, só quando alguem deixou a minha irmã me visitar é q eu comecei a melhorar de dia para dia. Apalpei a toda, tipo a certificar me q ela realmente estava bem, lembrem se de q eu n via nem falava.

Eu sofri um traumatismo craneo encefálico c perda de massa encefálica, uma hemi paresia à eskerda resultado de um hédema (sorry se tá mal escrito) cerebral, q se rebentasse eu n estava aki, mas o gajito resolveu descer e paralisou me o lado eskerdo, vários hematomas e cerca de 4 horas na sala de operações a tirar vidros do pescoço, já nim falo no estado deploravel em q tava, nua, de fralda e cabelo rapado, pa num bus assustar ainda mais ;))). Depois pensaram em transferir me para alcoitão, mas n sei q voltas deram e resolveram apostar no antigo hospital de recuperação, o smide, nas antas, pertinho de casa. Todos os dias havia algo de novo para mostrar, agora mexia o ombro, depois já esticava o braço, depois foi indo um dedo de cada vez, e finalmente as idas ao fim de semana a casa, em cadeira de rodas, q abandonei algum tempo depois. Quero, ou gostaria, de deixar um abraço e um smile doreiha a oreiha a todos os fisioterapeutas, aos q me acompanharam e aos q n conheço, mas q terão sempre o meu respeito. Foi complicado, foram anos de fisioterapias em ginásios, fisioterapia em pixina, mui lutas.

Anos de instituto médico legal, o médico q me seguia, q me examinava, era o Dr. Pinto da Costa, ya esse mesmo, o irmão do presidente do Maior, do FCP. Grande homem é o q ele é, sem margem de duvidas, o q para ele importava enquanto me examinava era unica e simplesmente eu, falava bués comigo e até sorria, inicialmente, dizem as más linguas (ihihihi), era estranho pq eu n falava, só conseguia responder lhe c um sorriso, fraquito e doente, mas ele falava comigo normalmente e na boa, sempre, depois a estranhesa começou a afastar se pq eu comecei a falar again, mui mal, mas lá iniciei, é obvio q com o tempo recuperei a fala : )) Ganhou o titulo de homem sizudo/mui sério, ouvia eu nas conversas q os meus pais tinham c os amigos, pois o q nos rodeava para ele n tinha valor nakele momento.

A vida seguia pá frente, a minha recuperação foi boa, ao q me apelidaram de milagre do sto antónio, sim pq foi lá q estive : )))) Ao fim de quase um ano lá xorei pela 1ª vez após o acidente, as minhas lágrimas eram pretas, pudera né, tanto tempo sem limpar os canais lacrimais, dukékeupodiataràspera??

Nunca desisti, embora n tenha faltado vontade uma vez ou outra, nunca desistiram de mim : ) hoje sou qm sou, e quando olham para mim depois de saberem o q passei, qm só me conhece após total recuperação, dá me a sensação q duvída, digamos q ficam incrédulos ; )) graças à minha equipa médica, graças aos meus pais, graças a qm nos rodeava, graças a Deus e a todas as promessas q fizeram por mim e q paguei, eu venci.

N vi nenhuma luz branca ao fundo do tunel, mas sei q Deus nunca me abandonou, os próprios médicos diziam na altura q eu n era só obra deles, existiu uma mão divina q me tocou : )) Claro q o facto de eu ter 15 anitos tb ajudou mui :)

Só n sou capaz de fazer uma coisa, duas, até já falei sobre isso algumas vezes aki assim mui ó lébemente, nunca mais vou ser capaz de correr nem de saltar, e tal como diz o outro: “TEMOS PENA” – algumas sequelas haviam de fikar né?? Do mal o menor - GRAÇAS A DEUS ESTOU VIVA : ))

Esta minha má, péssima, experiencia de vida faz c q eu consiga entender coisas q só qm por elas passa consegue. Penso q n sou a única a ter um olhar diferente sobre o q me rodeia.

O meu apoio, o meu sorriso, a minha força, o meu carinho, a minha alegria e a minha tristeza, vai para todos os q passam ou passaram por situação identica e n conseguiram recuperar. A todos vós, se por um acaso me lerem, um grande abraço e muita força e nunca desistam de vós, pois enquanto há vida há esperança : ) E nunca se eskeçam de sorrir : ))

Fazeinde o fabor de serem felizes pq eu tb sou : ))

Xinhinhus pa tus todos da lua

Sandra.

Nb – num bus preocupaindes q eu n tenho probremas de qq tipo em falar do q me aconteceu, é óbebio q fiko um cadinho cumubidia e isso mazaté me faz bem : )) A unica parte q me faz tremer é a do sofrimento dos meus pais, acima de tudo e mais alguma coisa, de resto, TÁSSI BEM : )))